sábado, 29 de setembro de 2012

Hipersensibilidade a ondas eletromagnéticas: a ciência procura, mas não encontra

Homem fala ao celular em Manhattan em 27 de setembro de 2011

São muitas as pesquisas científicas sobre os efeitos das ondas eletromagnéticas produzidas por celulares e sistemas sem fio, mas ninguém conseguiu ainda encontrar uma explicação convincente para a síndrome da intolerância a campos eletromagnéticos.

Dor de cabeça, problemas de concentração, tonturas, zumbido nos ouvidos: "uma porcentagem significativa da população se queixa de sintomas que se conectam à exposição aos campos eletromagnéticos", ressalta Gerard Lasfargues, da agência de segurança sanitária francesa, a Anses.
"Mas, do ponto de vista científico, não há provas dos mecanismos fisiológicos desta síndrome", afirmou à AFP o médico, que é vice-diretor científico da agência.
Um simpósio sobre os campos eletromagnéticos e saúde, organizado pela Anses, demonstra a vitalidade das pesquisas nesta área: estudo da radiação emitida por celular sobre "a memória e a atenção em ratos", efeito do Wifi em roedores jovens, ou sobre a possível ligação entre tumores cerebrais em crianças/adolescentes e o uso de celular (Mobi-Kids, um estudo internacional em andamento).
O neurologista da Inserm (de Toulouse) Jean-Pierre Marc-Vergnes explora a hipótese de uma relação entre a síndrome de hipersensibilidade as ondas eletromagnéticas e uma "disfunção do sistema sensorial" dos pacientes.
"Eu quero ver se essas pessoas têm o seu sistema sensorial hiperativo, se isto é específico a eles, e compará-los com aqueles que se queixam de hipersensibilidade a odores químicos", explica. Sua pesquisa, financiada pelo Anses, começará em janeiro.
"Temos de continuar a estudar para melhor caracterizar tais exposições e ver se alguns parâmetros, ainda não analisados, estariam relacionados aos sintomas denunciados pelos hipersensíveis", explica Gerard Lasfargues.
A Anses fez desta questão uma prioridade, com a criação em 2011 de um Comitê de Diálogo Radiofrequência e Saúde, que reúne organizações de pacientes e operadoras de telecomunicações, explica o diretor da agência, Marc Mortureux.
Várias metanálises - estudos de aproximação sobre assuntos semelhantes - demonstraram que os eletrosensíveis não são mais capazes do que o resto da população de saber se estão ou não expostos a ondas de antenas, por exemplo.
Em contrapartida, as mais recentes metanálises "mostraram laços mais fortes entre o fato de perceber que estamos expostos e a percepção de sintomas de dores de cabeça, tontura e zumbido", associados a eletrosensibilidade, de acordo com Lasfargues.
"Não estamos aqui para negar ou não a realidade desta síndrome. Há pessoas que sofrem, com consequências importantes sobre a vida social e profissional (...). O que nos interessa é se as pesquisas são pertinentes e que as preocupações dos doentes sejam levadas em conta nas pesquisas", explica.
Isto é ainda mais importante do que "muito de charlatanismo que cresce para cuidar desses pacientes", acrescenta. Além disso, estudos científicos são rotineiramente rejeitados por pacientes que sentem que sua doença não está devidamente estudada.
Marc-Vergnes observa: "Por 40 anos, eu vi pessoas se consultando com sintomas bastante comparáveis a esses pacientes (eletrosensíveis) que não tiverm seu caso registrado". Fonte: Yahoo notícias

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Novo material transforma calor em eletricidade


Uma equipe de cientistas desenvolveu um material termoelétrico apresentado como o mais eficiente do mundo para transformar calor desperdiçado em eletricidade, uma inovação que abre novas perspectivas para as energias renováveis.

O princípio da termoeletricidade consiste em reciclar o calor perdido, por exemplo no cano de escapamento dos carros, em eletricidade.
Mas o procedimento até agora tropeçava na ineficácia dos materiais termoelétricos.
O novo material desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade de Northwestern (Evanston, Estados Unidos) e apresentado esta quarta-feira em artigo na revista britânica Nature permitirá transformar entre 15% e 20% do calor residual em eletricidade útil.
Os campos de aplicação são variados e incluem a indústria pesada (refinarias, usinas de carvão ou de gás) ou automotiva.
Químicos, físicos, engenheiros mecânicos e outros especialistas colaboraram para a fabricação deste novo material, que faz uso de nanoestruturas, e tem como base o telúrio de chumbo (PbTe), um semicondutor utilizado pela primeira vez para fornecer energia renovável, termoelétrica, para as missões lunares Apolo. Fonte: Yahoo Notícias

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Países que abandonam a energia nuclear, a mantêm ou a desejam


Manifestantes protestam contra a energia nuclear em frente à residência do premier japonês, Yoshihido Noda, em Tóquio
O Japão, depois da Alemanha e da Suíça, se tornou o terceiro país a decidir pelo fechamento progressivo de todas as suas usinas de produção de energia nuclear desde a catástrofe de Fukushima, mas outros ainda confiam nesta fonte de energia e alguns querem, inclusive, construir seus primeiros reatores.
OS QUE QUEREM SAIR OU NÃO QUEREM CONTINUAR UTILIZANDO-A
O Japão se somou nesta sexta-feira a Alemanha e Suíça, que tinham decidido no ano passado, depois da catástrofe nuclear que ocorreu no arquipélago japonês, abandonar progressivamente a energia atômica para geração de eletricidade.
A Itália, por sua vez, decidiu depois de Fukushima não relançar a indústria nuclear. Esta fonte de energia foi abandonada na península nos anos 1990. Em 2008, o governo da época reverteu a medida, mas em junho de 2011, a esmagadora maioria dos italianos se pronunciou em um referendo contra o retorno da energia nuclear.
A Bélgica confirmou, após Fukushima, uma lei adotada em 2003 prevendo o abandono progressivo da energia nuclear até 2025. Este ano o governo decidiu que o abandono será progressivo entre 2016 e 2025.
OS QUE QUEREM CONTINUAR
Vários países confirmaram a vontade de recorrer à energia nuclear por diferentes razões, mas principalmente pela necessidade de garantir o fornecimento de energia sem depender das fontes fósseis importadas ou porque veem nela uma forma inevitável de reduzir suas emissões de CO2.
Neste grupo estão incluídos França, Grã-Bretanha, Rússia, China, Índia e Estados Unidos, entre outros, embora muitos projetos americanos sejam ameaçados pela concorrência do gás xisto (obtido por fratura hidráulica), comercializados a preços muito vantajosos.
Na América Latina, o Brasil retomou em 2010 as obras de construção de Angra III, depois de 24 anos de polêmica, e até 2020 não tem previsto novas usinas. A Argentina pôs em funcionamento em 2011 sua terceira usina atômica, a de Atucha II. Seu plano estratégico prevê a construção de uma nova central nuclear, a de Atucha III, e a ativação de um reator de baixa potência CAREM, desenhado e projetado pelos argentinos.
Em março deste ano, o México, terceiro país latino-americano com esta tecnologia, anunciou que analisava a possibilidade de criar duas centrais eletronucleares dentro das instalações onde está a única que opera atualmente no país (Laguna Verde, leste), que já conta com dois reatores.
Alguns desses países realizam programas muito importantes de construção de novas usinas nucleares, como é o caso da China, e também da Grã-Bretanha, que quer renovar todo o seu parque nuclear, ou da África do Sul, que só tem uma central construída nos anos 1970 (a única em uso no continente africano) e quer construir 6 novos reatores.
OS QUE QUEREM CONSTRUIR SEUS PRIMEIROS REATORES
Uma série de países quer atualmente desenvolver a energia nuclear, em particular os Estados do Golfo, que atualmente geram eletricidade a partir do petróleo ou do gás e tentam preservar seus recursos hidrocarboríferos.
Isso inclui países como Polônia, Turquia, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e também Arábia Saudita, sem falar do caso muito controverso do programa nuclear iraniano, reivindicado para fins pacíficos por Teerã, mas que as grandes potências suspeitam que encubra um programa com fins militares. Fonte: Yahoo Notícias

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nasa descobre dois planetas ao redor de aglomerado de estrelas


A ilustração representa um planeta (no alto) no centro de um cluster (aglomerado) de estrelas
Cientistas americanos encontraram evidências pela primeira vez da existência de planetas que podem se formar e sobreviver ao redor de estrelas similares ao Sol apesar de integrarem densos aglomerados estelares, anunciou a Nasa esta sexta-feira.
Os astrônomos descobriram duas órbitas similares às de Júpiter no Beehive Cluster, um aglomerado com cerca de mil estrelas que parecem brotar ao redor de um centro comum.
"Este tem sido um grande enigma para os caçadores de planetas", disse Sam Quinn, doutorando em Atronomia da Universidade do estado da Geórgia, em Atlanta, e principal autor do artigo que descreve os resultados.
"Sabemos que a maioria de estrelas se forma em entornos agrupados, como na Nebulosa de Orion, sendo assim, ao menos que este entorno denso iniba a formação de planetas, algumas estrelas similares ao sol em agrupações abertas devem ter planetas", afirmou Quinn.
"Agora sabemos finalmente que estão aí", acrescentou, em um comunicado.
A descoberta deixou os astrônomos desconcertados, pois eles tinham teorizado que planetas gasosos não podem se formar perto demais de uma estrela porque evaporariam.
A explicação mais disseminada até o momento é que os planetas se formam mais longe e em seguida migram para o exterior, mais perto da estrela.
Levando em conta a relativa juventude das estrelas de Beehive, os planetas que acabam de ser descobertos poderiam ajudar os cientistas a desenvolver a teoria a respeito.
Se as estrelas são jovens, isto quer dizer que os planetas também devem ser, o que "estabelece uma limitação sobre a velocidade com que os planetas gigantes migram para dentro", disse Russel White, principal pesquisador do programa sobre as Origens do Sistema Solar da Nasa, financiador do estudo.
"Saber a que velocidade (os planetas) migram é o primeiro passo para descobrir como o fazem", emendou.
A equipe descobriu os planetas Pr0201b e Pr0211b usando um telescópio Tillinghast de 1,5 metro em um observatório do Arizona com o objetivo de medir o tremor gravitacional ao qual os planetas induzem suas estrelas-mãe.
Os cientistas tinham descoberto anteriormente dois planetas ao redor de estrelas maciças, mas ainda não tinham encontrado nenhum ao redor de estrelas similares à estrela que ocupa o centro do nosso sistema solar. Fonte: Yahoo Notícias