sábado, 31 de maio de 2014

Robôs e avatares ocuparão os escritórios do futuro

Telas dos robôs de telepresença "Double" são vistas no escritório da Double Robotics, em Sunnyvale, Califórnia, em 16 de maio de 2014
O escritório do futuro será cada vez distante do cubículo solitário de hoje. Pode ser um café, uma sala de estar, um terminal de aeroporto ou qualquer outro lugar com conexão à internet, que permita uma interação virtual entre colegas.
Os computadores portáteis já permitem a muitos funcionários trabalhar à distância, mas a tendência se acelera com tecnologias que facilitam a presença de avatares e robôs representando funcionários de carne e osso.
"Estas tecnologias são facilitadoras e têm maior flexibilidade", avaliou Ted Schadler, analista do centro de pesquisas Forrester.
"As pessoas não trabalham apenas de casa, mas de onde for prático", disse.
Uma pesquisa de opinião da empresa de software Citrix, em 2012, demonstrou que 90% dos trabalhadores americanos apoiam formas de trabalho "móveis" e que esta modalidade também era comum em China (85%), Brasil (81%), Índia (77%), Reino Unido (72%), França e Alemanha (71%).
Mas o local de trabalho poderá ganhar uma forma ainda mais futurista com tecnologias que permitam a robôs ou personagens virtuais superar a impossibilidade de comunicação cara a cara.
Os robôs - chamados "de telepresença" - podem participar de videoconferências e interações de outro tipo.
Um produto concebido pela start-up californiana Double Robotics utiliza um iPad plugado a um dispositivo similar a um patinete capaz de se deslocar dentro do escritório e interagir com colegas.
As empresas estão começando a apreciar esta tecnologia, garante o porta-voz da Double Robotics, Jay Liew. "As pessoas estão começando a perceber que quando há um robô, é como se estivessem pessoalmente lá".
"Quanto mais veem (o robô), mais ele se torna normal. Assim que o entusiasmo inicial passa, isto não é mais um robô. É Connie, do escritório de Seattle", exemplificou Liew.
E a pessoa que trabalhar à distância pode participar do trabalho em equipe deslocando-se para o escritório, conversando perto da máquina de café ou passando para ver um colega para fazer uma consulta.
- Aperto de mãos virtual -
Ainda mais futuristas são os personagens virtuais: os funcionários podem se comunicar como em um desenho animado com "avatares" ou imagens criadas por eles mesmos.
Jeremy Bailenson, diretor da Virtual Human Interaction Lab na Universidade de Stanford, na Califórnia, explica que estes encontros entre avatares podem, inclusive, melhorar a experiência de um contato direto.
"Dizem que nada pode substituir o aperto de mãos e o contato visual", diz Bailenson. "Eu concebo sistemas que permitem ter este aperto de mãos e este contacto visual", prossegue.
Além disso, explica, a pessoa pode modificar seu avatar para lhe dar feições e um comportamento que melhorem a comunicação. "Posso fazer coisas em uma reunião virtual que podem me tornar um vendedor mais eficaz ou um chefe melhor", sustenta.
Segundo Bailenson, o pessoal virtual oferece muitas vantagens: reduz os custos de combustível e os acidentes de trânsito, além de permitir aos funcionários ter mais tempo para melhorar sua produtividade.
Mas para que os trabalhadores adotem maciçamente estes personagens virtuais, será preciso torná-los mais naturais, eliminando os volumosos capacetes e sensores atuais, avalia.
A compra pelo Facebook da empresa de representação virtual Oculus Rift sugere que esta tendência continuará se desenvolvendo.
Após visitar recentemente o laboratório, o diretor executivo da rede social, Mark Zuckerberg, "disse que era hora de tirar tudo do laboratório e colocá-lo na sala", conta Bailenson.
A fabricante de automóveis Ford começou a usar os personagens virtuais em seu laboratório Inmersion, o que permitiu fazer trabalhar juntos engenheiros e designers de todo o mundo nos retrovisores ou em limpadores de para-brisas.
"É como um jogo Second Life", famoso programa informático que permite criar mundos virtuais em três dimensões, assegura a Ford.
Kori Inkpen Quinn, do centro de pesquisas da Microsoft, alega, no entanto, que muitos funcionários ainda não estão dispostos a trabalhar com avatares. "Inclusive se eu me sinto confortável tendo aparência de gato, você pode não se sentir confortável tendo uma reunião de negócios com um gato", diz.
Para Lindsey Pollak, consultora da empresa de seguros The Hartford, este novo tipo de funcionário também corre o risco de estar submetido a mais estresse, por não conseguir se desligar nunca de seu trabalho.
Segundo recente pesquisa do instituto Gallup, um terço dos funcionários diz que os chefes pretendem que eles revisem seus e-mails e se mantenham localizáveis até muito depois de terminada sua jornada de trabalho. "Essa é a nova norma e cria um estresse enorme", diz Pollak. Fonte: yahoo Notícias

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fukushima terá muro de gelo subterrâneo para bloquear água radioativa

(Arquivo) Usina nuclear de Fukushima
A autoridade de segurança nuclear do Japão aprovou nesta segunda-feira o projeto de construção de um "muro de gelo" subterrâneo para diminuir o acúmulo de água radioativa no subsolo da usina de Fukushima Daichi.

De acordo com o plano da companhia Tokyo Electric Power (TEPCO, que opera a central acidentada em março de 2011), as obras devem começar em junho, segundo um porta-voz da organização.
O projeto, financiado pelo governo, consiste em criar um espesso "muro de gelo" com 1,5 km de canalizações preenchidas com líquido refrigerado para bloquear os vazamentos.
O objetivo é evitar que a água limpa das colinas circundantes passem sob a central.
Atualmente, circula sob Fukushima Daichi água não contaminada que se mistura à água usada para resfriar os reatores, que é radioativa.
A TEPCO planeja instalar o muro para evitar esse fenômeno que faz aumentar a quantidade de água contaminada sob a central.
"Temos algumas dúvidas, mas, no geral, não há objeções, então decidimos que a TEPCO poderá iniciar o projeto", explicou o porta-voz que não quis se identificar.
Em sua opinião, a TEPCO terá que rever alguns de seus planos, porque, tal como está, o projeto pode danificar a rede de tubulações subterrâneas.  Fonte: Yahoo Notícias

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Mostarda se mostra promissora na detecção de armas químicas

(Arquivo) Mostarda-amarela em Gross Foerste, Baixa Saxônia, Alemanha
A mostarda-branca, uma planta comum na Europa e em toda bacia do Mediterrâneo, pode ser usada para detectar vestígios de armas químicas - como o gás XV - várias semanas após sua utilização, afirmam pesquisadores britânicos.
A planta (Sinapis alba) também apresenta a capacidade de absorção deste tipo de gás neurotóxico e seus derivados, e poderia ser utilizada para a descontaminação de solos afetados por armas químicas, como na Síria, por exemplo, destaca o estudo publicado nesta terça-feira pela britânica Royal Society.
Os pesquisadores realizaram diversos testes de laboratório expondo grãos de mostarda-branca a uma solução com 250 microgramas de gás VX e a dois derivados químicos produto da degradação natural deste gás.
Em seguida, as plantas foram analisadas em diferentes etapas de seu crescimento utilizando-se espectrometria e cromatografia.
Segundo o estudo, vestígios de gás XV e de seus derivados foram encontrados nas amostras ao menos 45 dias após sua contaminação.
"Muito mais tempo do que no solo", que é o método de detecção atualmente utilizado pelos investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que recentemente atuaram na Síria, destacaram os pesquisadores. fonte: Yahoo Noticias

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vem aí oPhone, aparelho que permitirá mandar e receber odores por SMS

Um iPhone da Apple e um smartphone Samsung

Enviar e receber odores por SMS. Parece coisa de ficção científica, mas é o que promete o oPhone, aparelho que deve ser comercializado a partir do início de 2015, e já revela um potencial "importante", segundo o idealizador do projeto, David Edwards, professor de Engenharia Biomédica da Universidade de Harvard.
"Há um grande interesse por parte do Vale do Silício, porque se trata concretamente de poder mudar a comunicação global da atualidade", explicou à AFP em seu escritório no Laboratório, seu espaço aberto em 2007 em Paris, que tem por vocação conciliar arte e ciência.
Aparelho de forma cilíndrica acoplado a uma base, o oPhone é uma pequena caixa branca que gera sinais aromáticos complexos em rápida sucessão de pequenas emissões de vapor, como um telefone padrão transmite as informações de áudio.
Ele funciona graças à manipulação tecnológica de partículas de forma similar à tecnologia dos aerossóis médicos, que permitiu a esse filantropo, escritor e inventor em série fazer fortuna no final dos anos 1990.
Para explorar esta ideia, saída de um de seus cursos em Harvard, ele co-fundou a sociedade Vapor Communications.
A princípio limitado a usuários de iPhone por meio de um aplicativo gratuito chamado oSnap, disponível para download a partir de 17 de junho, o oPhone conta por enquanto com 32 odores originais.
Para criar seu próprio odor, o usuário o combina entre um e oito aromas, o que representa desde já 300 mil combinações possíveis.
Sendo o leque de odores muito amplo no mundo real, será necessário fazer uma escolha de fragrâncias para iniciar as experimentações.
"Escolhemos dois domínios, o do café, para o qual trabalhamos com os fundadores da Café Coutume (nr: uma torrefação parisiense) e, mais amplamente, e o da alimentação", prosseguiu.
Quando o sistema estiver funcionando, uma pessoa poderá, por exemplo, tirar uma foto durante um passeio na floresta, à qual adicionará um ou vários odores para 'ilustrar' o ambiente olfativo do entorno.
- Campo de aplicações quase infinito -
Ele enviará, em seguida, um "oNote" - arquivo transmitido por SMS - ao destinatário, que visualizará a composição no site dedicado e, depois, se também estiver com um iPhone, fará o download pelo oPhone para sentir o aroma. Este será produzido por cartuchos denominados oChips.
Entre 19 e 31 de junho, o público terá oportunidade de assistir, no Laboratório, a uma demonstração do aparelho. Paralelamente, será lançada uma campanha de financiamento participativo no site Indiegogo entre 17 de junho a 31 de julho.
Os contribuintes poderão se beneficiar do produto em primeira mão a um preço preferencial de 149 euros, contra 199 euros quando for lançado no mercado.
"O mercado para nossa estrutura consistirá, em um primeiro momento, dos oChips, sobretudo, vendidos a US$ 20 cada quatro", indicou Edwards.
"É apenas o lançamento, o preço deverá cair rapidamente sucessivamente e à medida que a produção se estender e o design, se miniaturizar", prosseguiu.
"Em um segundo momento, haverá a possibilidade de tirar uma foto, da qual um software deduzirá o odor, ajustar os odores de base cujo número aumentará com outros domínios temáticos", detalhou.
O campo de aplicações é quase infinito, seja na medicina, na indústria, mas com o SMS, o comércio online parece o setor mais promissor.
"Tivemos meses de conversações com representantes da indústria alimentícia, do cinema, dos perfumes, das viagens e dos automóveis", confirmou David Edwards.
Prova deste interesse, a Vapor Communications contra entre seus "investidores anjos" com o fundador da Spark Capital, fundo de investimentos especializado em tecnologias móveis, que contribiu nos últimos anos com casos de sucesso, como Twitter, Foursquare e Tumblr.
Embora ainda não seja possível, hoje em dia, imaginar um dispositivo capaz de analisar um odor para retranscrevê-lo fielmente - "muito complicado por enquanto", segundo o químico e matemático -, a emergência da mensagem olfativa poderá ter um impacto equivalente ao da impressão em 3D. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

domingo, 18 de maio de 2014

Astrônomos anunciam possível solução para enigma das estrelas magnéticas

Imagem divulgada pelo Observatório Europeu do Sul mostra desenho de artista retratando estrela magnética

Astrônomos europeus podem ter desvendado, a partir de observações do sistema de telescópios VLT, no norte do Chile, o enigma dos magnetares, estrelas com um campo magnético fenomenal que as torna os "ímãs mais potentes" do Universo.
Os magnetares ou estrelas magnéticas, dos quais haveria apenas por volta de vinte na galáxia, são "estranhos remanescentes muito densos" de supernovas que colapsaram devido à sua própria gravidade. No geral, este fenômeno costuma dar origem a um pulsar (estrela de nêutrons) ou a um buraco negro.
Mas, às vezes, surge "uma forma incomum e muito exótica de estrelas de nêutrons", os magnetares, "objetos estranhos, pequenos e extraordinariamente densos" até o ponto de que "uma pequena colherada de matéria de estrela de nêutrons teria uma massa de aproximadamente um bilhão de toneladas", explicou o Observatório Europeu Austral (ESO) em um comunicado (http://www.eso.org/public/spain/news/eso1415/).
E o magnetismo que emitem fazem deles os "ímãs mais potentes conhecidos no universo, milhões de vezes mais potentes que os ímãs mais fortes da Terra", acrescentou.
Os astrônomos concentraram suas observações em um mangetar situado em um cúmulo estelar a 16.000 anos-luz da Terra, na constelação astral do Altar, que "pode ter nascido da explosiva morte de uma estrela com 40 vezes a massa do sol".
Mas esta hipótese já era problemática, pois as estrelas tão maciças, ao morrer, colapsam e formam "buracos negros, não estrelas de neutrons".
"Não entendíamos como podia ter se transformado em um magnetar", afirma Simon Clark, da Open University da Grã-Bretanha.
Os cientistas pensaram, então, que este magnetar pode ter-se formado mediante "as interações de duas estrelas muito maciças em órbita uma da outra, em um sistema binário" extremadamente compacto.
- Estrelas fugitivas -
A ideia é atraente, mas tropeçava em um obstáculo importante, visto que não conseguiam detectar nenhuma "estrela acompanhante" nas proximidades cósmicas do magnetar, identificado com o pouco atraente nome de CXOU J164710.2-455216.
Clark e sua equipe decidiram, então, procurar em outras partes do cúmulo o rastro das "estrelas fugitivas" — que se afastam em grandes velocidades - usando o VLT (Very Large Telescope) do ESO, situado em pleno deserto do Atacama (norte do Chile).
A hipótese era de que uma dessas "fugitivas" pode ter sido expulsa de sua órbita pela explosão da supernova que logo se transformou em um magnetar.
E acabaram descobrindo uma estrela, batizada com o nome de Westerlund 1-5, que "parecia se encaixar perfeitamente com o que procuravam".
Esta estrela não só tem "a alta velocidade esperada quando está sendo impulsionada por uma explosão de supernova", mas também "as condições de baixa massa, alta luminosidade e abundância de carbono", uma pista "que indica que deve ter se formado, originalmente, como uma companheira binária", disse Ben Ritchie, co-autor do artigo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
A descoberta permite reconstituir o processo de formação de um magnetar.
Na primeira etapa, "a estrela mais maciça da dupla começa a ficar sem combustível, transferindo suas camadas externas à sua companheira menos maciça — que está destinada a se tornar um magnetar — fazendo com que gire cada vez mais rápido", resumiu o ESO.
E essa rápida rotação "parece ser o ingrediente essencial na formação do campo magnético ultra-forte do magnetar".
Na segunda etapa, a estrela companheira "chega a ser tão maciça que libera grande quantidade da massa recentemente adquirida. Grande parte dessa massa se perde, mas uma parte passa novamente à estrela original, que ainda hoje vemos brilhando e conhecemos como Westerlund 1-5", detalhou.
"Este processo de intercâmbio de material foi o que proporcionou a Westerlund 1-5 sua assinatura química única e que permitiu que a massa de sua companheira encolha a níveis suficientemente baixos para que nasça um magnetar no lugar de um buraco negro — uma forma de passar a 'batata quente' com consequências cósmicas!", concluiu Francisco Najarro, do Centro de Astrobiologia, Espanha, membro da equipe de pesquisa. Fonte: Tahoo notícias

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Empresa francesa lança drone teleguiado por celular e tablet

Drone da empresa francesa Parrot controlado por um iPhone durante exibição

A fabricante francesa de produtos sem-fio Parrot lançou neste domingo, nos Estados Unidos, seu Bebop Drone, um drone teleguiado de celulares ou tablets.
Sediada em Paris, a empresa, que produz acessórios sem-fio para carros e dispositivos móveis portáteis, não revelou quanto pretende cobrar pelos novos aparelhos.
"Será como uma ave, um inseto", comentou o fundador e diretor da Parrot, Henri Seydoux. "Poderemos voar através deste dispositivo e ver o mesmo que um pássaro".
O drone Bebop poderá ser controlado de smartphones ou tablets equipados com os sistemas operacionais Android ou Apple e em suas telas aparecerão as imagens capturadas por sua câmera de alta definição, com visão 180 graus "olho de peixe".
Os drones também poderão sincronizar com os sistemas de realidade virtual Oculus Rift, permitindo aos usuários com um simples movimento de cabeça observar as imagens como se realmente estivessem voando.
Os aparelhos visam a um público que queira fazer tomadas aéreas para filmes feitos com smartphones ou tablets.
Os drones Bebop se ligam a dispositivos móveis por conexões Wi-Fi padrão e têm um raio de cobertura de 300 metros. fonte: Yahoo noticias

domingo, 4 de maio de 2014

Antropoceno, o tempo geológico do homem, pode nascer com a era atômica

Viena, 2 mai (EFE).- A Humanidade se transformou em uma força da natureza tão grande que pode até ter uma época geológica própria: o Antropoceno. Os cientistas debatem quando começou este novo tempo e apontam para meados do século XX, com o nascimento da era atômica.
Ainda vivemos no Holoceno, que começou há 12 mil anos após as últimas glaciações, e cujo clima temperado permitiu aos humanos evoluir e deixar uma marca muito profunda no planeta. Tão profunda que causou a extinções e alterou ciclos naturais e agora se estuda a designação do Antropoceno como escala geológica.
Uma equipe internacional trabalha desde 2009 sobre esse novo conceito e prepara um relatório que será debatido em 2016 em uma reunião da União Internacional de Ciências Geológicas, órgão competente para decidir as idades da Terra.
Khan Zalasiewicz, um paleobiólogo da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que dirige o estudo, afirma que o documento irá sugerir que o início da era atômica, em meados de século XX, poderia ser a data de início do Antropoceno.
Sua equipe procura evidências do impacto global da Humanidade que possam medir de forma objetiva nos sedimentos, e certos isótopos radioativos libertados pelo homem, sejam testes nucleares ou acidentes como o da central japonesa de Fukushima, como um desses "marcadores".
"O início da era nuclear é um marco, mas isso não significa que os sinais nucleares sejam mais importantes que outros, mas é por uma razão pragmática, porque podem ser reconhecidos e seguir", explica à Agncia Efe em Viena durante a reunião anual da União Europeia de Geociências, que termina amanhã.
Outros especialistas propuseram que o Antropoceno começou com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, ou até muito antes, com a aparição da agricultura há 10 mil anos. O problema é que ambas as datas não constituem fenômenos com impacto global nos sedimentos terrestres.
A proliferação de espécies invasoras, a aparição de grandes megalópoles pela explosão demográfica, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e a acidificação dos oceanos são aspectos da "Grande Aceleração.
Zalasiewicz assinala que se em um "futuro distante" um geólogo estudasse a pegada da Humanidade do último século sobre o planeta acharia "tão repentina e profunda quanto o impacto de um asteróide".
Especialmente preocupante é a acidificação dos oceanos pelo CO2, que prejudica de muitas formas a vida marinha, mas, sobretudo, afeta o desenvolvimento de corais, moluscos e certas formas de fitoplâncton, fundamentais na cadeia trófica.
Zalasiewicz destaca que as cinco extinções maciças, a última há 65 milhões de anos, que acabou com os dinossauros do planeta, estiveram vinculadas à incapacidade dos corais de criar recifes, algo que, se seguir a tendência atual, pode acontecer em "um futuro geológico próximo".
Para Tony Brown, um paleontólogo e geógrafo físico da Universidade de Southampton, Reino Unido, que também trabalha em outra comissão científica para definir e delimitar o conceito de Antropoceno, vivemos em uma época diferente do Holoceno porque a Humanidade se transformou na maior força de transformação do planeta.
"Os humanos movimentam mais sedimentos no planeta do que os processos naturais, como os rios, por isso, não podemos deixar de estudar os humanos como principal agente de transformação", declarou à imprensa durante a reunião científica em Viena.
John Burrows, um químico atmosférico da Universidade de Bremen, Alemanha, destaca que, além disso, o debate acadêmico, a designação de nosso tempo como Antropoceno podem ajudar a nos conscientizarmos do enorme impacto das nossas ações.
Como exemplo, indicou que a agroindústria de adubos químicos transtornou no último século o ciclo do nitrogênio e é uma fonte de grande contaminação para os aqüíferos e os rios. EFE Fonte: Yahoo Notícias

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Esteroides humanos enviam sinais químicos de gênero e orientação sexual

Washington, 1 mai (EFE).- O corpo humano envia sinais químicos sexuais aos membros do gênero oposto que influem nas percepções visuais e são interpretados de maneira diferente dependendo da preferência sexual, conforme um estudo que a revista "Current Biology" pública nesta quinta-feira.
"Nossas conclusões apoiam a existência de feromônios sexuais humanos", afirmou o chefe da pesquisa, Wen Zhou, do Instituto de Psicologia, filiado à Academia Nacional de Ciências da China.
"O nariz pode distinguir o gênero nas secreções corporais ainda quando, em nível consciente, pensamos que não cheiramos nada", acrescentou Wen.
Os feromônios são substâncias químicas produzidas por plantas e animais que causam comportamentos específicos em outros indivíduos, particularmente os da mesma espécie. Mas a existência de feromônios sexuais humanos continua sendo um assunto em debate.
Vários estudos anteriores apontaram o interesse sobre dois esteroides humanos: androstenodiona (nos homens) e estratetraenol (nas mulheres).
Os humanos são os símios mais cheirosos em termos de número e tamanho das glândulas sebáceas dispersas por toda a pele e apócrinas, localizadas em algumas partes do corpo, mas carecem de um órgão vomeronasal e um bulbo olfatório acessório pelo qual sempre se considerou que não existia comunicação humana com feromônios
A androstenodiona, o androstene mais proeminente no sêmen masculino, no cabelo, e na superfície da pele das axilas, realça a excitação, altera os níveis de cortisol e promove um "estado de ânimo positivo" nas mulheres, mas não tem efeito similar nos homens.
O estratetraenol, identificado primeiro na urina feminina, tem efeito nas respostas autônomas e no estado de ânimo dos homens.
O artigo ressaltou que o esteroide masculino "ativa o hipotálamo nas mulheres heterossexuais e nos homens homossexuais, mas não nos homens heterossexuais e nas mulheres homossexuais".
Por sua vez, o estratetraenol "ativa o hipotálamo nos homens heterossexuais e nas mulheres homossexuais, mas não nas mulheres heterossexuais e nos homens homossexuais".
Os pesquisadores chineses foram além, e procuram determinar se estes esteroides influem em outras percepções de gênero. Para isso, utilizaram a "caminhante de pontos de luz": pontos brancos sobre uma tela escura que mostra os movimentos de uma figura humana que caminha. O computador modifica as distâncias e movimentos dos pontos para que pareçam os de um corpo masculino ou feminino.
O cheiro da androstenodiona "sistematicamente altera as mulheres heterossexuais, mas não os homens, para que percebam a figura que caminha como mais masculina". Ao contrário, ao cheirar o estratetraenol "inclina-se sistematicamente os homens heterossexuais, mas não às mulheres, para que percebam o 'caminhante' como mais feminino".
Os homens homossexuais mostram um padrão de resposta similar ao das mulheres heterossexuais. Já as mulheres bissexuais ou homossexuais "ficam na metade do caminho entre os homens e as mulheres heterossexuais".
Segundo os pesquisadores, os resultados do estudo "dão a primeira prova que os dois esteroides humanos comunicam informação de gênero oposto, que tem um efeito diferente sobre os dois grupos sexuais sobre a base de sua orientação sexual". EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook