sexta-feira, 24 de julho de 2015

Quimioterapia prejudica pacientes com câncer terminal, diz estudo

Mulher trabalha em laboratório de pesquisa sobre o câncer em Camaguey, Cuba, em 19 de junho de 2015
Utilizar quimioterapia em pessoas com câncer terminal pode causar mais mal do que bem - é o que aponta um estudo publicado nesta quinta-feira pelo Journal of the American Medical Association (JAMA).
O estudo se baseia em um grupo de mais de 300 pacientes com câncer metastático, ou seja, os que têm tumores disseminados para outros órgãos a partir do lugar de aparição original.
Cerca da metade dos pacientes receberam quimioterapia, que consiste usar potentes produtos químicos no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores. Os efeitos colaterais incluem fraqueza, náuseas, fatiga e queda de cabelo.
A maioria dos pacientes era de homens por volta dos 60 anos. Tinham apenas quatro meses de perspectiva de vida. O objetivo do estudo era examinar como a quimioterapia afeta a qualidade de vida quando os pacientes se encontram perto do final de sua vida, particularmente em relação a sua capacidade de locomoção, realização de atividades e necessidades básicas.
Baseados nas avaliações das pessoas encarregadas de cuidar dos pacientes, que refletiram sobre o sofrimento físico e psíquico em sua última semana de vida, os pesquisadores notaram que a químio não melhorou a qualidade de vida dos pacientes que já tinham uma mobilidade limitada.
E os que ainda eram capazes de realizar funções básicas, a quimioterapia fez com que piorasse sua qualidade de vida.
"A quimioterapia não apenas não beneficiou os pacientes com suas capacidades diminuídas, como também pareceu mais prejudicial para os pacientes com bom estado funcional", afirma o estudo dirigido por Holly Prigerson, do Weill Cornell Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova York.
O estudo sugere que "as diretrizes do uso da quimioterapia em pacientes com câncer terminal devem ser revistas para reconhecer os danos potenciais do uso da quimioterapia em pacientes com doença metastática progressiva".
Em um editorial que acompanha o trabalho, os doutores Carlos Blanke e Erik Fromme, da Oregon Health and Science University, argumentam que a mudança de pautas para o uso da quimioterapia em todos os casos não é a solução correta.
Mas incentivam que os médicos devem desaconselhar a utilização da quimioterapia para os pacientes com câncer avançado em seus últimos meses de vida.
"Equiparar o tratamento com esperança é inadequado. Inclusive, quando os oncologista comunicam com clareza o diagnóstico e são honestos sobre as limitações do tratamento, muitos pacientes sentem uma enorme pressão para continuar com esse tratamento", destaca o editorial. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cientistas descobrem pentaquark, novo tipo de partícula

O Grande Colisor de Hádrons (LHC), no Cern, em Meyrin, Suíça, no dia 19 de julho de 2013
O maior acelerador de partículas do mundo, o LHC do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), anunciou nesta terça-feira a descoberta de uma nova classe de partículas, os pentaquarks - cuja existência se suspeitava, mas nunca havia sido confirmada pelos cientistas.
O pentaquark "é composto de quarks, ou seja, os constituintes básicos de prótons e nêutrons, reunidos em uma configuração que, em mais de cinquenta anos de pesquisa experimental, nunca tinha sido observada", disse o porta-voz do LHCb, Guy Wilkinson, em comunicado.
"O estudo de suas propriedades pode nos permitir entender melhor como compreender a matéria comum, isto é, os prótons e nêutrons de que todos nós somos compostos", acrescentou.
Desde 3 de junho, após dois anos de manutenção e reparos, o LHC começou uma fase de novas experiências com uma energia quase duplicada em relação ao alcançado durante o primeiro período de exploração que durou três anos e permitiu em 2012 confirmar a existência do bóson de Higgs, que é considerado a pedra angular da estrutura fundamental da matéria.
"O experimento LHCb no Large Hadron Collider do Cern anunciou hoje a descoberta de uma categoria de partículas chamada pentaquarks", explicaram os cientistas em comunicado.
Enterrado a cerca de 100 metros de profundidade ao longo do anel do LHC, estão quatro "experiências" - quatro detectores responsáveis ​​pelo controle das colisões que os cientistas devem, em seguida, analisar.
Um deles, o LHCb procura compreender as diferenças entre matéria e antimatéria, analisando alguns quarks.
Em 1964, o físico norte-americano Murray Gell-Mann revolucionou a compreensão da estrutura da matéria postulando a existência de partículas conhecidas conhecidas como quarks.
"O modelo de quarks permite a existência de outros estados compostos de quarks, incluindo pentaquarks compostos por quatro quarks e um antiquark. Até agora, porém, nenhuma observação conclusiva da existência dos pentaquarks havia sido notificada", informou o Cern.
As experiências anteriores que procuravam os pentaquarks não tinham conseguido encontrar resultados convincentes.
O resultado diferente para o LHCb é fruto, segundo o Cern, de uma experiência "capaz de buscar pentaquarks de muitos ângulos diferentes".
"É um pouco como se os estudos anteriores tivessem procurado silhuetas no escuro, enquanto o LHCb realizou sua pesquisa em plena luz do dia, e de todos os ângulos", detalhou o Cern.
O próximo passo na análise é estudar como os quarks estão vinculados no interior dos pentaquarks. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Molécula do corpo humano estaria ligada a declínio cognitivo

(Arquivo) Ampolas de exame de sangue são vistas em Paris, no dia 6 de julho de 2012
Uma proteína que se acumula no sangue estaria ligada às perdas de memória e dificuldades de aprendizado nas pessoas mais velhas, segundo pesquisas norte-americanas que abrem novas perspectivas sobre os meios de combater o declínio cognitivo.
A molécula, chamada B2M (acrônimo de beta2-microglobulina) foi identificada pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco como um elemento do sangue que "influencia negativamente as funções cognitivas e suas regenerações" no adulto, segundo artigo publicado na revista Nature.
As concentrações de B2M são mais "elevadas" no sangue das pessoas idosas. O mesmo foi observado nos ratos utilizados na pesquisa, submetidos a diversos experimentos.
Num destes experimentos, a injeção de doses de B2M no sangue ou diretamente no cérebro dos ratos ainda jovens causou danos às funções de aprendizagem e memória e reduziu o processo de renovação dos neurônios.
A ação desta molécula não parece durar já que após 30 dias das injeções, o déficit de aprendizagem e de memória induzidos não estavam mais aparentes.
Isso "sugere que os efeitos da proteína no declínio cognitivo são potencialmente reversíveis", segundo a Nature.
"Nós estamos entusiasmados com os resultados, já que mostram meios potenciais de reverter os problemas cognitivos ligados ao envelhecimento", explicou em entrevista à AFP um dos principais autores do artigo, Saul Villeda da universidade californiana.
O envelhecimento é associado a uma queda progressiva da função cognitiva e ao retardo progressivo do processo de renovação dos neurônios no cérebro.
"O envelhecimento continua sendo o principal fator de risco para as doenças neurodegenerativas do tipo demência, como o mal de Alzheimer", lembraram os pesquisadores no comunicado.
"Também se faz necessário conhecer melhor o mecanismo que conduz ao envelhecimento do cérebro para tornar o cérebro menos vulnerável às disfunções cognitivas", continuaram.
De acordo com a pesquisa, a B2M é uma proteína do corpo humano implicada no mecanismo de imunidade que foi encontrada em concentrações elevadas entre as pessoas que sofrem de demência senil, e seria o início de uma nova resposta.
Num outro teste, os mesmos cientistas conseguiram eliminar por meios genéticos a molécula B2M nos ratos de laboratório.
Eles então "constataram que os ratos mais velhos desprovidos da B2M não sofriam com a perda de memória", explicou Saul Villeda.
Uma próxima etapa consiste em desenvolver uma molécula para bloquear os efeitos da proteína B2M ou para eliminá-la do sangue das pessoas mais velhas. Fonte: Yahoo Notícias

sábado, 4 de julho de 2015

Irã e as grandes potências entram na reta final das negociações nucleares

Líderes discutem questão nuclear iraniana
Após meses de intensas negociações, as grandes potências iniciaram neste sábado um fim de semana de negociações cruciais sobre o programa nuclear iraniano, a última etapa antes de um possível acordo histórico, que é esperado para terça-feira, o mais tardar.
Contudo, um avanço decisivo nas negociações ainda era esperado, no oitavo dia desta rodada final.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, declarou neste sábado que a sua organização poderia concluir ainda este ano a investigação sobre a "possível dimensão militar" (PMD) do programa nuclear do Irã, um dos pontos-chave do processo.
"Com a cooperação do Irã, acredito que podemos concluir um relatório no final deste ano com esclarecimentos (...)" das questões relacionadas com a PMD, afirmou Amano à imprensa em seu retorno de Teerã, onde se reuniu com o presidente iraniano Hassan Rohani.
A PMD é um dos aspectos mais delicados das negociações. A AIEA suspeita que Teerã pode ter conduzido pesquisas, pelo menos até 2003, com o objetivo de adquirir a bomba atômica, e quer acesso aos cientistas envolvidos, bem como aos documentos e instalações que poderiam ter abrigado estas investigações.
'Progressos' sobre a PMD
O Irã sempre negou qualquer intenção em adquirir arsenal militar nuclear, alegando que os documentos nos quais a AIEA se baseia são falsos.
"Realizamos progressos", assegurou Amano, cuja agência poderia desempenhar um papel crucial na monitorização de um eventual acordo entre o Irã e as grandes potências.
Estados Unidos e Irã expressaram mensagens conciliatórias na sexta-feira e o secretário de Estado americano, John Kerry, indicou que todas as partes estão fazendo um "esforço real" para atingir o objetivo.
Seu colega iraniano, Mohammad Javad Zarif, evocou, por sua vez, os "desafios comuns", em especial a luta contra o extremismo.
"Apesar de algumas diferenças, estamos mais perto do que nunca de um acordo. Mas nada está garantido", declarou Zarif quatro dias antes da data-limite para alcançar um acordo final.
Em uma mensagem de vídeo postada no YouTube, Zarif abre as portas para uma cooperação futura, caso alcancem um compromisso.
"Estamos dispostos a abrir novos horizontes para enfrentar desafios importantes e comuns. Hoje em dia, a ameaça comum é o rápido desenvolvimento do extremismo violento e a barbárie sem limites", ressaltou Zarif, referindo-se ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional contra o EI no Iraque e na Síria, à qual o Irã não participa.
Segundo uma nova lei, se o Congresso americano receber o texto do acordo antes de 9 de julho, terá 30 dias para se pronunciar, mas além desta data, disporá de 60 dias para examiná-lo.
As potências do grupo 5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) se deram uma semana extra, até 7 de julho, para tentar fechar um acordo sobre o programa nuclear iraniano após 20 meses de intensas negociações.
"Estamos realmente na reta final da partida", declarou à imprensa um funcionário do governo americano.
As equipes de especialistas trabalham dia e noite para resolver as questões mais espinhosas e a maioria dos ministros das Relações Exteriores devem retornar à Viena no domingo à noite. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook