sábado, 4 de julho de 2015

Irã e as grandes potências entram na reta final das negociações nucleares

Líderes discutem questão nuclear iraniana
Após meses de intensas negociações, as grandes potências iniciaram neste sábado um fim de semana de negociações cruciais sobre o programa nuclear iraniano, a última etapa antes de um possível acordo histórico, que é esperado para terça-feira, o mais tardar.
Contudo, um avanço decisivo nas negociações ainda era esperado, no oitavo dia desta rodada final.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, declarou neste sábado que a sua organização poderia concluir ainda este ano a investigação sobre a "possível dimensão militar" (PMD) do programa nuclear do Irã, um dos pontos-chave do processo.
"Com a cooperação do Irã, acredito que podemos concluir um relatório no final deste ano com esclarecimentos (...)" das questões relacionadas com a PMD, afirmou Amano à imprensa em seu retorno de Teerã, onde se reuniu com o presidente iraniano Hassan Rohani.
A PMD é um dos aspectos mais delicados das negociações. A AIEA suspeita que Teerã pode ter conduzido pesquisas, pelo menos até 2003, com o objetivo de adquirir a bomba atômica, e quer acesso aos cientistas envolvidos, bem como aos documentos e instalações que poderiam ter abrigado estas investigações.
'Progressos' sobre a PMD
O Irã sempre negou qualquer intenção em adquirir arsenal militar nuclear, alegando que os documentos nos quais a AIEA se baseia são falsos.
"Realizamos progressos", assegurou Amano, cuja agência poderia desempenhar um papel crucial na monitorização de um eventual acordo entre o Irã e as grandes potências.
Estados Unidos e Irã expressaram mensagens conciliatórias na sexta-feira e o secretário de Estado americano, John Kerry, indicou que todas as partes estão fazendo um "esforço real" para atingir o objetivo.
Seu colega iraniano, Mohammad Javad Zarif, evocou, por sua vez, os "desafios comuns", em especial a luta contra o extremismo.
"Apesar de algumas diferenças, estamos mais perto do que nunca de um acordo. Mas nada está garantido", declarou Zarif quatro dias antes da data-limite para alcançar um acordo final.
Em uma mensagem de vídeo postada no YouTube, Zarif abre as portas para uma cooperação futura, caso alcancem um compromisso.
"Estamos dispostos a abrir novos horizontes para enfrentar desafios importantes e comuns. Hoje em dia, a ameaça comum é o rápido desenvolvimento do extremismo violento e a barbárie sem limites", ressaltou Zarif, referindo-se ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional contra o EI no Iraque e na Síria, à qual o Irã não participa.
Segundo uma nova lei, se o Congresso americano receber o texto do acordo antes de 9 de julho, terá 30 dias para se pronunciar, mas além desta data, disporá de 60 dias para examiná-lo.
As potências do grupo 5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) se deram uma semana extra, até 7 de julho, para tentar fechar um acordo sobre o programa nuclear iraniano após 20 meses de intensas negociações.
"Estamos realmente na reta final da partida", declarou à imprensa um funcionário do governo americano.
As equipes de especialistas trabalham dia e noite para resolver as questões mais espinhosas e a maioria dos ministros das Relações Exteriores devem retornar à Viena no domingo à noite. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

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