quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Apollon, em breve o laser mais poderoso do mundo a serviço da ciência

François Amiranoff, responsável pelo projeto Apollon, no dia 29 de setembro de 2015
Apollon, um laser para pesquisa científica que está sendo instalado nos arredores de Paris, tem a ambição de ser o mais poderoso do mundo e "ampliar os limites da física fundamental".
O novo laser, apresentado nesta terça-feira no polo científico de Paris-Saclay, deve emitir uma potência de 5 petawatts, ou 1/35 da potência solar recebida pela Terra.
Isto é, cinco vezes mais do que os melhores lasers do mercado, de acordo com o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS), que realiza o projeto em parceria com o Comissariado francês para Energia Atômica (CEA). Dentro de um tempo, ele deve atingir a potência de 10 PW (10 milhões de bilhões de watts ).
"Esperamos que o Apollon nos permita fazer avanços em matéria de física fundamental e estudar os ambientes extremos, como as estrelas", explicou à AFP François Amiranoff, responsável pelo projeto. "Condições extremas (temperatura altíssima, pressão muito elevada) que ainda não conseguimos obter em laboratório".
Enterrado a 6,25 metros abaixo do solo, Apollon está dividido em quatro grandes salas, em 4.000 m2. A sala de laser sozinha mede 750 m2.
Atualmente, uma parte do laser já está em funcionamento. "Toda a cadeira estará pronta em meados de 2016 e nós poderemos começar as experiências com potência moderada no final de 2016. Até chegarmos aos 5 petawatts", explicou o cientista. As primeiras experiências abertas aos pesquisadores externos estão previstas para 2018.
Este "carro-chefe tecnológico (...) confirma o ótimo lugar da França na corrida planetária pelos lasers gigantes", ressaltou o CNRS.
Neste mês de setembro, um outro laser científico civil, PETAL, com potência superior a um trilhão de watts, foi inaugurado na região francesa da Gironde.
Depois de passar através de Apollon, a iluminação do feixe de laser fica suficientemente intensa para remover elétrons e dar-lhes velocidades quase iguais à velocidade da luz. "No final do processo, toda a energia estará concentrada em uma espécie de pequeno cubo que fica a apenas alguns milésimos de milímetro de costa", disse François Amiranoff.
- Estudar o vazio -
Os pesquisadores esperam que, no futuro, múltiplas aplicações, nomeadamente em matéria de tratamento de resíduos nucleares (reduzindo seu comprimento de radioatividade), para geração de imagens médicas ou tratamento de tumores.
Esperando que estas aplicações sejam possíveis, é na física que o laser vai inicialmente ser testado.
Para estudar, em particular, de qual forma os pulsos de luz às vezes extremamente curtos e muito potentes conseguem excitar a matéria e assim permitir explorar novas partes da ciência.
Por exemplo, a física relativista, o funcionamento da matéria quando as partículas se deslocam numa velocidade perto da luz.
Quando a energia do laser está voltada para um alvo, ela é tal que podemos reproduzir certos mecanismos ligados a eventos cósmicos violentos como as supernovas, explosões que marcam a morte de uma estrela. O que poderia ajudar a explicar a formação do sistema solar.
"Podemos produzir jatos de matéria. O que nos interessa é ver como eles evoluem caso se propaguem em gases que simulam um pouco o que ocorre no universo ou após uma colisão", explicou o funcionário pelo projeto.
Apollon também vai abrir as possibilidades no campo das propriedades físicas do vazio. "O vazio não é nunca vazio", explicou François Amiranoff. "Há permanentemente partículas chamadas virtuais". "Elas não são reais no senso comum do termo, já que elas se criam e desaparecem em tempos muito fracos, mas estão sempre lá".
Um laser poderoso com o qual possamos focalizar sobre zonas minúsculas para fornecer um campo elétrico suficientemente forte para separar as partículas virtuais e forçá-las a se transformar em partículas reais. Será então possível estudar o que forma o vazio. Fone: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Shell vai suspender as criticadas perfurações no Alasca

A Royal Dutch Shell vai interromper as polêmicas perfurações no Alasca após resultados considerados decepcionantes
A Royal Dutch Shell vai interromper as polêmicas perfurações no Alasca após resultados considerados decepcionantes, anunciou a empresa anglo-holandesa em um comunicado.
O presidente americano Barack Obama provocou a revolta dos ecologistas em maio, quando autorizou a Shell a realizar perfurações submarinas no mar de Chukchi no Ártico.
Após dois meses de exploração, no entanto, a Shell considerou que o resultado das perfurações era "claramente decepcionante", o que levou a empresa a decidir não seguir adiante.
A Shell informou que perfurou "até uma profundidade de 6.800 pés" (quase 2.070 metros) no poço "Burger J", situado no mar a 240 km da cidade de Barrow, no Alasca (extremo noroeste dos Estados Unidos).
"A Shell encontrou indícios de petróleo e gás no poço 'Burger J', mas não são suficientes para justificar uma exploração maior", afirma o comunicado.
"O poço será selado e abandonado, em conformidade às regras dos Estados Unidos", completa a nota.
Em um futuro previsível, a Shell vai cessar a exploração na costa do Alasca, segundo a empresa.
"Esta decisão reflete tanto o resultado no 'Burger J' como os altos custos associados com o projeto e o entorno regulatório federal, difícil e imprevisível, para as águas do Alasca", afirma o comunicado.
A Shell explicou que incluirá em seu balanço as "cargas financeiras" vinculadas à suspensão, que serão detalhadas na apresentação dos resultados em 29 de outubro.
A empresa destacou que a atividade no Alasca representava quase três bilhões de dólares e que terá que pagar por volta de US$ 1,1 bilhão às empresas terceirizadas. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

domingo, 20 de setembro de 2015

Cientistas desenvolvem pequena capa de invisibilidade

(Foto: AFP)

(Foto: AFP)
Uma pequena capa de invisibilidade foi inventada por cientistas norte-americanos que estão chegando cada vez mais perto de uma versão real do que até era agora um elemento de ficção científica - anunciaram os pesquisadores nesta quinta-feira.

A capa, apresentada na revista Science, é microscópica no tamanho, mas poderia aumentar de tamanho no futuro - segundo físicos do Departamento de Energia do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e a Universidade da Califórnia em Berkeley.
O aparato funciona com a manipulação da luminosidade, mudando como os raios de luz incidem sobre um objeto para que ele não possa ser detectado pelo olho.
"Esta é a primeira vez que um objeto 3D de forma arbitrária foi mascarado da luz visível", afirmou o principal autor do estudo, Xiang Zhang, diretor do Laboratório de Ciências dos Matériais de Berkeley.
"Nossa capa ultra-fina parece um casaco. É fácil de desenhar e implementar, e é potencialmente escalável para esconder objetos macroscópicos.
Usando pequenas fibras de ouro conhecidas como nanoantenas, os pesquisadores fizeram uma capa de 80 nanômetros de espessura e pode envolver um objeto tridimensional do tamanho de algumas células biológicas.

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"A superfície da capa foi construída para redirecionar as ondas de luz de forma que o objeto ficou invisível para detecção ótica quando a capa é ativada", disse o estudo. No entanto, a pequena capa ainda tem grandes limitações.
Por exemplo, os padrões das nanoantenas devem ser projetados precisamente para coincidir com as saliências da superfície do objeto que está por baixo, o que significa que o objeto não pode mexer - caso contrário, perde a camada invisível.
Nem as características a serem escondidas podem ser muito grandes ou pontudas em comparação ao comprimento das ondas luminosas, porque as sombras não conseguem ser apagadas - explica Zeno Gaburro, físico da Universidade de Trento, na Itália.
"O lado que está escuro não vê a luz, então não tem jeito de corrigir (a sombra) usando essa técnica", afirma Gaburro em artigo complementar publicado na Science.
Mas Zhang está confiante de que a tecnologia possa ser eventualmente feita numa escala maior. "Não vejo obstáculos", disse. Fonte: Yahoo Notícias

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Café à noite atrapalha relógio biológico, diz estudo

Barista serve xícara de café em Bogotá, no dia 27 de junho de 2014
Tomar café antes de dormir atrapalha o relógio biológico, tornando mais difícil ter uma boa noite de sono e acordar de manhã - afirmaram pesquisadores norte-americanos nesta quarta-feira.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Science Translational Medicine não apenas para explicar porque os consumidores noturnos de cafeína ficam acordados e dormem até tarde, mas também para oferecer aos viajantes uma maneira de programar o uso da cafeína para limitar os efeitos do 'jet lag', segundo os cientistas.
O estudo envolveu cinco voluntários escolhidos de maneira aleatória para consumir a quantidade de cafeína obtida num café espresso duplo três horas antes de dormir, ou quem foram expostos à luz forte, ou receberam um placebo.
Durante 49 dias, os voluntários foram estudados sob diferentes condições, e sua saliva foi testada regularmente para os níveis do hormônio melatonina, que regula naturalmente os ciclos do sono.
Eles descobriram que aqueles que tomaram cafeína em condições de baixa luminosidade experimentaram cerca de "40 minutos de atraso no ritmo da produção da melatonina", segundo o estudo.
Aqueles expostos a iluminação intensa três horas antes de ir dormir tiveram seus relógio biológico atrasado em 85 minutos.
Quem ingeriu cafeína e ficou exposto a luz forte teve o ciclo da melatonina atrasado em 105 minutos.
"Este é o primeiro estudo a mostrar que a cafeína, a droga psicoativa mais usada no mundo, tem uma influência no relógio biológico dos seres humanos", afirmou o professor Kenneth Wright da Universidade do Colorado, Boulder.
"Também fornece novos e animadores insights sobre os efeitos da cafeína na fisiologia humana".
Enquanto as descobertas reforçam o conselho - já presente no senso comum - para evitar o consumo de cafeína antes de dormir, o estudo também aponta para a possibilidade "intrigante" de que o uso apropriado da cafeína pode ajudar a resetar o relógio biológico de forma a evitar o jet lag.
Entretanto, mais estudos são necessários para determinar como os viajantes que percorrem diferentes fusos horários podem usar a cafeína para se manterem acordados.
"Será importante para monitorar distúrbios do sono induzido Fonte: Yahoo Noticias