sábado, 7 de junho de 2014

Programa de exploração espacial tripulado da Nasa estaria fadado ao fracasso

Vista do Centro Espacial Kennedy, na Flórida
Um relatório da Academia Americana de Ciências ataca o programa de exploração espacial tripulado da Nasa, que considera fadado ao fracasso, e alerta para a perda da hegemonia dos Estados Unidos no espaço, recomendando um retorno dos americanos à Lua antes de se lançarem à conquista de Marte.
"A atual abordagem da Nasa, que desenvolve um sistema de lançamento e uma nave para voar além da órbita terrestre, enquanto mantém a exploração quase sozinha da Estação Espacial Internacional (ISS) até meados dos anos 2020, tudo com um orçamento não coberto pela inflação, é um convite ao fracasso e às desilusões", escreveram os autores deste documento de 286 páginas, produzido pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos.
A agência espacial americana não divulga datas, mas sua principal ambição é enviar astronautas para capturar um asteroide antes de viajar para Marte.
Além disso, segundo este comitê de especialistas independentes, esta situação "também pode desaparecer a percepção internacional de longo prazo segundo a qual os Estados Unidos são a nação dominante no espaço".
"Os Estados Unidos lideram a exploração humana do espaço há mais de 50 anos e nossas atividades na órbita da Terra com nossos parceiros levaram, por fim, à conclusão da ISS", destacou Jonathan Lunine, diretor do Centro de Pesquisas Espaciais da Universidade de Cornell e co-presidente do comitê que redigiu o informe.
"Enquanto nação, nós devemos decidir agora como vamos nos comportar na exploração espacial tripulada para além da órbita terrestre de uma forma duradoura", afirmou.
"Entre o pequeno número de destinos possíveis, como uma volta à Lua, a mais distante e difícil é levar homens a Marte, o que deve ser, consequentemente, nosso objetivo fim. Todos os programas espaciais dos nossos parceiros potenciais se orientam para este objetivo", destacou o cientista.
Mas, segundo o informe, fazer avançar a exploração humana no espaço longínquo demandará décadas e centenas de bilhões de dólares.
- Cooperação com a China -
Ainda que os autores não tenham feito recomendações orçamentárias específicas, eles estimam que não há qualquer possibilidade de viajar para Marte com o orçamento americano atual.
"Nosso comitê concluiu que todo programa de exploração tripulado exigirá não apenas um orçamento adequado, mas também um apoio das autoridades do país", explicou Mitchell Daniels, presidente da Universidade Purdue e co-presidente do comitê de especialistas, em uma crítica ao presidente Barack Obama e ao Congresso.
"Um compromisso tal não pode mudar de direção a cada eleição porque nossos dirigentes são essenciais para a implantação de investimentos duradouros do país nos voos espaciais tripulados", avaliou.
O relatório estima que o sucesso de um programa como este demanda um consenso nacional sobre o objetivo, além de cooperação internacional, inclusive com a China, embora seja considerada por Washington como rival.
Os autores anteciparam três abordagens potenciais para chegar a Marte, sendo que duas delas preveem um retorno prévio dos americanos à Lua.
Para eles, voltar ao solo lunar favorecerá a cooperação internacional, em vista do interesse que este destino suscita em outras nações. Além disso, isto permitiria desenvolver as tecnologias de aterrissagem e os módulos de habitação úteis para as futuras missões marcianas.
O governo Obama também aprovou uma missão a um asteroide antes de viajar a Marte. O presidente deixou de lado a ideia de uma volta à Lua em 2010, considerada cara demais, mas que estava no programa de conquista do planeta vermelho de seu antecessor, George W. Bush.
Para os especialistas, capturar um asteroide demandará muitas tecnologias sem utilidade para a missão a Marte.
Em reação a este relatório, a Nasa assegurou "já ter feito importantes avanços para ir a Marte e que continuará nesta direção".
"Este relatório é, provavelmente, o mais franco quanto ao fato de que nós não temos um objetivo claramente anunciado em nosso programa de exploração espacial tripulado", admitiu, em declarações à AFP John Logsdon, ex-diretor do Instituto de Política Espacial de Washington. "Eu não acho que este informe mude o que quer que seja", lamentou. Fonte: Yahoo Notícias

2 comentários:

  1. Oi, Gilberto!
    Noutro dia estava assistindo o seriado Mad Men que se passa na década de 60/70 e em um episódio, seria televisionado o homem pisando na lua. A imagem era horrível, toda embasada e teve gente comentando que aquilo era uma encenação para os EUA não ficar atrás da URSS na corrida para a Lua e que seria um desperdício de dinheiro, já que haviam muitas pessoas passando fome.
    Não sei para quê prestaria uma viagem a outro canto do universo, já que os problemas na terra não estão resolvidos, mas por outro lado, terão os endinheirados do mundo para onde fugir. Seria a Lua, marte ou qualquer asteróide um paraíso onde só moraria quem pudesse pagar sua ida para lá. Acho estranho tudo isso, a não ser que já tenham descoberto muito mais que água, talvez uma outra substância preciosa.
    Lembrando o episódio do seriado que é filmado na atualidade, foi passada uma descrença de que realmente fosse viável tal feito.
    Beijus,

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    1. Sim amiga! Ainda existem milhões de problemas para serem resolvidos neste planeta... Mas o homem parece gostar mesmo é de aventurar-se além de seus limites físicos, idealizando uma viagem só de ida ao planeta Marte será como cometer um suicido coletivo da tripulação, pois como bem frisado por você nem água em abundância foi encontrada por lá. Seria então NASA um grande CIRCO espacial? Uma empresa incapaz de levar o homem além dos limites da Terra? (Magnetosfera terrestre e cinturões de Van Allen)... Existe muita coisa escondida... Mais como são eles que dentem as tecnologias mais sofisticadas do momento; (embora não tenham encontrado o avião da Malásia no oceano), então pobres de nós simples mortais que ficamos a mercê destas informações ocultas... Quanto à conquista do espaço (longínquo) acho que por enquanto não passa de uma ficção muito bem produzida por milhares de dólares.

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