domingo, 10 de novembro de 2013

Cientistas britânicos buscam 100 mil voluntários para mapeamento de DNA

Londres, 7 nov (EFE).- Um grupo de cientistas britânicos busca 100 mil
 voluntários para 
realizar um amplo sequenciamento de DNA como parte de um esforço cientifico 
para investigar doenças de origem genética, sendo que os resultados serão
 disponibilizados para qualquer um na internet.
Essa informação foi anunciada nesta quinta-feira pela organização "
Personal Genome
Project" (PGP) do Reino Unido, que lançou pela primeira vez uma busca aberta de
 pessoas que concordam em ter sua sequência de DNA revelada de forma pública,
uma informação que, segundo a PGP, se mostra muito útil para fazer com que os
 cientistas compreendam melhor as doenças e a genética humana.
Apesar do nome dos voluntários não ser incluído na lista dos resultados,
a organização
explicou que o anonimato não é algo garantido, já que, neste caso, seria possível
identificar uma pessoa através de sua informação genética.
O fato de que qualquer um ter acesso livremente à informação genética do
s participantes também gera alguns riscos, levando em conta a possibilidade
 de clonagem de genoma sem permissão ou de cópia do DNA para envolvê-los
em atividades criminosas, advertiu a organização.
Os cientistas também poderiam detectar doenças genéticas nos
voluntários durante
a realização do mapeamento e, por isso, a organização oferecerá uma lista de
médicos que poderiam atender os participantes se houvesse necessidade.
Devido aos riscos envolvidos, os voluntários deverão passar por um teste para
 garantir que os mesmos compreenderam o risco de ter sua identidade genética
divulgada.
George Church, diretor da versão americana do projeto, explicou que analisar
 o genoma de 100 mil pessoas trará avanços consideráveis no conhecimento
de males comuns - como o diabetes, por exemplo.
"Estamos descobrindo que cada vez há mais doenças comuns que na realidade
são uma coleção de doenças estranhas", declarou Church, que acrescentou que
 estes avanços são possíveis graças ao estudo do genoma humano.
Para exemplificar essa proposta, Church assinalou que o câncer, que no princípio
era considerado um único tipo de doença, agora se subdivide em muitas categoria
s em função do tecido afetado e os genes infectados, um avanço que, em sua opinião,
 está diretamente ligado às pesquisas neste sentido.
Mesmo aparecendo como um projeto inovador e sem precedentes, o PGP vem
recebendo muitas críticas, como a do pesquisador Peter Mills,
membro da instituição beneficente Nuffield Council on Bioethics, 
dedicada ao estudo dos conflitos éticos 
vinculados ao mapeamento genético.
Em entrevista à "BBC", o cientista explicou que "a informação genética não só
 compromete os participantes, mas também suas famílias".
David King, do grupo Human Genetic Alert, também se opôs a esta busca
por participantes e aconselhou que ninguém se apresente como voluntário.
"Uma vez que sua informação genética for divulgada na internet, nunca poderá
 eliminá-la. A informação sobre o consentimento que o grupo de pesquisadores
oferece não é válida porque não engloba todos os riscos", advertiu King.
EFE FONTE: YAHOO NOTÍCIAS

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