O robô Philae "foi ativado" e tudo corre conforme o previsto até o momento, na véspera de seu envio, na quarta-feira, para um pouso inédito sobre a superfície do cometa 67P/Churyumov-Geramise, informou nesta terça-feira a Agência Espacial Europeia, responsável pela missão Rosetta.
Na noite desta segunda-feira, houve "um pequeno problema", pois a ativação do pequeno módulo, que está a bordo da sonda Rosetta, "demorou um pouco mais que o previsto", relatou à AFP Paolo Ferri, chefe de operações do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC, na sigla em inglês), da Agência espacial europeia (ESA), em Darmstadt, Alemanha.
De fato, "a ativação inicial do motor não funcionou", disse. "Nós recomeçamos a enviar as instruções" e deu certo, acrescentou. "Após a meia-noite, o módulo foi ativado".
"A princípio, tivemos um pouco de medo de não termos chegado à temperatura correta para o robô para esta noite, mas tudo está evoluindo bem. Não tivemos atrasos", acrescentou.
"Esta noite, as baterias do robô devem ser recarregadas", explicou.
A partir das 19H35 GMT (17H35 de Brasília) desta terça-feira, uma série de decisões será tomada a respeito do "go" ou "nogo", ou seja, a aprovação ou desaprovação para prosseguir com a operação, o que representa um sinal verde preliminar para a separação do módulo Philae da sonda Rosetta.
Se houver sinal vermelho, "não será uma catástrofe, mas representará um atraso de pelo menos duas semanas" para a separação, explicou Ferri.
A separação do Philae da sonda está prevista para as 08H35 GMT (06H35 de Brasília) de quarta-feira.
Levando em conta o tempo de transmissão do sinal de rádio da Rosetta, a confirmação da separação não deve chegar ao ESOC antes das 09H03 GMT (07H03 de Brasília).
A este momento se seguirão sete longas horas de espera antes do pouso, cuja confirmação é aguardada para as 16H02 GMT (14H02 de Brasília).
Por causa de seu tamanho reduzido, o cometa gera apenas força gravitacional e, por isso, um leve impulso mecânico de parte da sonda será suficiente para iniciar a operação de aproximação do módulo Philae: serão sete horas de uma lenta queda livre que alcançará a velocidade de um metro por segundo no momento do impacto.O robô deve pousar na superfície do cometa por volta das 15H30 GMT (13H30 de Brasília).
Espera-se que, por volta das 16H00 GMT (14H00 de Brasília) do mesmo dia já seja possível obter as primeiras informações do contato do módulo com o cometa.
Se Philae conseguir pousar no cometa, este será um feito inédito na história da exploração espacial.
A sonda Rosetta levou mais de dez anos viajando pelo espaço e se encontra a 450 milhões de quilômetros da Terra.
Desde 6 de agosto, Rosetta avança a poucos quilômetros do corpo celeste, acompanhando-o em seu deslocamento à medida que se aproxima do Sol.
O módulo Philae permitirá explorar diretamente o núcleo do cometa, ou seja, a parte sólida que, pelo efeito da radiação solar, gera a "coma" ou cabeleira e deixa uma cauda visível de gases e poeira.
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