O
americano de origem belga Leo Hendrik Baekeland produziu, em 1909, a primeira substância
plástica sintética, a baquelita. Foi o início da indústria dos plásticos, que
revolucionou a vida cotidiana e criou um dos maiores problemas ambientais do
fim do século XX: a eliminação do lixo plástico, que não pode ser reciclado e
produz gases tóxicos ao ser incinerado.
Plástico
é todo composto sintético ou natural que tem como ingrediente principal uma
substância orgânica de elevado peso molecular. Em seu estado final é sólido,
mas em determinada fase da fabricação pode comportar-se como fluido e adquirir
outra forma. Em geral, os plásticos são materiais sintéticos obtidos por meio
de fenômenos de polimerização ou multiplicação artificial dos átomos de carbono
nas grandes correntes moleculares dos compostos orgânicos, derivados do
petróleo ou de outras substâncias naturais. O nome plástico vem do grego
plastikos, "maleável". Os polímeros, moléculas básicas dos plásticos,
estão presentes em estado natural em algumas substâncias vegetais e animais
como a borracha, a madeira e o couro. Há substâncias, como a celulose, que
apesar de terem propriedades plásticas não se enquadram nessa categoria.
Histórico.
Substâncias elásticas extraídas de resinas naturais, como a da seringueira, já
eram conhecidas em certas regiões da América, Oceania e Ásia em épocas
primitivas. Das crônicas de viajantes europeus medievais, como Marco Polo,
constam relatos sobre a existência dessas substâncias, que foram introduzidas
na Europa durante o Renascimento. Até o século XIX o aproveitamento desses
materiais foi muito pequeno, mas o desenvolvimento da química permitiu seu
aperfeiçoamento e o melhor aproveitamento de suas propriedades. Em 1862 o
inglês Alexander Parkes criou a parquesina, o primeiro plástico propriamente
dito. Sete anos mais tarde John Wesley Hyatt descobriu um elemento de capital
importância para o desenvolvimento da indústria dos plásticos: a celulóide.
Tratava-se de um material fabricado a partir da celulose natural tratada com ácido
nítrico e cânfora, substância cujos efeitos de plastificação foram muito usados
em épocas posteriores.
A
fabricação dos plásticos sintéticos teve início com a produção da baquelita, no
início do século XX, e registrou um desenvolvimento acelerado a partir da
década de 1920. O progresso da indústria acompanhou a evolução da química
orgânica que, principalmente na Alemanha, permitiu o descobrimento de muitas
substâncias novas. Hermann Standinger comprovou em 1922 que a borracha se
compunha de unidades moleculares repetidas, de grande tamanho, que passaram a
ser chamadas de macromoléculas. Essa comprovação abriu caminho para a
descoberta, antes da metade do século, dos poliestirenos, do vinil, das
borrachas sintéticas e das poliuretanas e silicones, todos de amplo uso e
obtidos a partir de matérias-primas vegetais e minerais.
Constituição
dos plásticos. O mecanismo químico de formação dos plásticos recebe o nome de
polimerização e consiste na construção de grandes cadeias de carbono, cheias de
ramificações, nas moléculas de certas substâncias orgânicas. A molécula
fundamental do polímero, o monômero, se repete um número elevado de vezes por
meio de processos de condensação ou adição aplicados sobre o composto. Os
polímeros de condensação são obtidos mediante a síntese de um conjunto de
unidades moleculares, feita pela eliminação de unidades moleculares, como a
água. O mecanismo de adição forma macromoléculas pela união sucessiva de
unidades químicas.
Para
que ocorram os processos de polimerização é necessário que seja mantida uma
temperatura elevada, o que, a princípio, se consegue graças ao caráter
exotérmico das reações. Esse desprendimento do calor produzido pela dinâmica
interna da própria reação alimenta transformações em cadeia que diminuem,
geralmente de modo espontâneo e gradual, até cessar por completo. Em algumas
ocasiões se faz necessário o uso de elementos estabilizadores que impeçam
reações descontroladas e explosivas. Uma vez formados, os polímeros se mantêm
unidos por forças de dispersão, débeis atrações elétricas entre as moléculas e
o próprio emaranhado das ramificações moleculares.
Classificação
e usos. As numerosas substâncias plásticas existentes, naturais ou artificiais,
são classificadas em dois grandes grupos, chamados de termoplásticos e
termoestáveis devido a seu comportamento ante as variações de temperatura.
Materiais
termoplásticos. Os materiais termoplásticos são substâncias caracterizadas por
sua propriedade de mudar de forma sob a ação do calor, o que permite seu
tratamento e moldagem por meios mecânicos. Com o resfriamento, esses materiais
recuperam sua consistência inicial. Entre eles estão os derivados da celulose,
os polímeros de adição e os polímeros de condensação. Os derivados da celulose
são obtidos mediante a adição de substâncias ácidas ou alcalinas à celulose
vegetal ou sintetizada. O polietileno, as resinas acrílicas, o vinil, o
poliestireno e os polímeros de formaldeído constituem as principais variedades
de polímeros de adição com propriedades termoplásticas. O cloreto de polivinila
tem um grande número de aplicações, da fabricação de roupas e brinquedos a
isolantes elétricos e móveis. As resinas acrílicas são obtidas do ácido
acrílico e entre elas sobressai o metilmetacrilato, substância altamente
transparente utilizada nas janelas de aeronaves e cujo uso na fabricação de
móveis e objetos decorativos se difundiu na década de 1970.
Os
poliestirenos aparecem em grande variedade e são em geral obtidos por meio da
polimerização de uma resina de cor branca. Suas propriedades de dureza,
transparência e brilho unidas ao alto poder como isolante elétrico os
transformaram num dos materiais mais úteis na fabricação de objetos por injeção
em moldes. Já
os formaldeídos polimerizados possuem elasticidade e alta resistência a
impactos, sendo usados na indústria automotiva e na construção. Entre os
polímeros de condensação se destacam os policarbonatos e as poliamidas, como o
náilon, muito usadas na indústria têxtil. Diferentes tipos de náilon, obtidos
por modificações externas no comprimento das moléculas, são usados também em
máquinas.
Materiais
termoestáveis. Os plásticos termoestáveis se amoldam por aquecimento, mas
depois de um certo tempo adquirem uma estrutura peculiar na qual endurecem
rapidamente e se convertem em materiais rígidos que, se aquecidos em excesso,
se carbonizam antes de recuperar a maleabilidade. As poliuretanas, reduzidas a
lâminas, são usadas como isolantes térmicos e espumas de recheio em almofadas. Os
aminoplásticos, como as resinas de uréia, são transparentes e resistem a
pressões externas. Já os plásticos fenólicos, dos quais a baquelita é um dos
tipos principais, derivam do fenol ou álcool de benzeno. Os poliésteres são
fabricados habitualmente a partir de ácidos e álcoois não saturados e são
usados na fabricação de tintas, fibras têxteis e películas. Quanto aos
silicones, cadeias moleculares que usam átomos de silício em vez de carbono,
são usados na fabricação de lâminas de alta resistência mecânica e de
substâncias dielétricas. Devido à inocuidade fisiológica, são muito usados em
próteses, para substituir elementos do corpo humano.
Manufatura
dos plásticos. As principais fontes naturais dos plásticos são a celulose,
extraída dos vegetais, o carbono e sobretudo o petróleo, o gás natural e seus
derivados. Esses materiais são tratados mediante processos de craqueamento, ou
ruptura química das cadeias moleculares de que são formados, na presença de
catalisadores. Posteriormente, são submetidos à polimerização e outros
processos de transformação. Nos processos de tratamento dos plásticos
acrescentam-se a sua estrutura determinadas substâncias com a finalidade de
manter suas características. Entre elas estão corpos plastificantes, que
consistem normalmente de ésteres de elevado ponto de ebulição e baixa
volatilidade, que melhoram sua flexibilidade ao incrustar-se nas correntes
moleculares dos polímeros. Outros
aditivos freqüentes são os estabilizadores e os antioxidantes cujo uso depende
do tipo de polímero que se quer obter. Também são adicionados corantes de
origem mineral ou orgânica, substâncias anticombustão e elementos de recheio e
reforço das cadeias de polímeros.
Existem
vários métodos de fabricação de plásticos, tais como a moldagem por aquecimento
em molde único, os processos de injeção a vácuo, com ação centrífuga mediante
dispositivos giratórios, a termoestabilização em prensas hidráulicas e a
extrusão. Este último é o método predominante na indústria e consiste na fusão
e compressão da substância plástica, que é introduzida num recipiente capaz de
sofrer variações dtemperatura. A extrusão também é empregada em lâminas ou
películas para a obtenção de finas camadas de polietileno. O método de sopro,
que consiste na introdução de ar sob pressão entre lâminas de material
termoplástico, é usado na fabricação de corpos ocos.
Outros
usos. Casas inteiras, feitas de plástico, já foram construídas em vários
países. No Brasil a primeira foi criada em 1964 por Edgar Duvivier. Os Estados
Unidos construíram, para seu pavilhão na Exposição de Osaka, no Japão, a maior
bolha de plástico inflável do mundo, com 89m de largura e 155m de comprimento.
Bolhas menores, feitas de polietileno, vinil ou náilon, podem ser infladas em
poucas horas para uso como abrigos ou armazéns. Bolhas pequenas, do mesmo
material, podem ser usadas como almofadas e até substituir camas.
Os
plásticos são cada vez mais empregados na indústria automobilística e a empresa
alemã BMW foi a pioneira na criação de automóveis com toda a carroçaria feita
de um monobloco de plástico. A elaboração dos diversos processos de gravação e
reprodução de imagem e som só se tornou possível graças ao uso de plásticos. As
fitas de gravação em áudio e vídeo são feitas de polietileno. Há discos feitos
de vinil e os filmes fotográficos e cinematográficos são fabricados em celulóide.
Petroquímica;
Polímero Fonte: Cd digiraty
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